A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou ontem por meio de nota que o decreto anunciado pela prefeitura de Cubatão, limitando o funcionamento de dois pátios reguladores do porto de Santos ao horário comercial (das 8h às 18h), compromete a logística de acesso aos terminais. A Codesp disse não entender de que forma a limitação no horário de funcionamento irá reduzir impactos no município.
Segundo a Codesp, os pátios reguladores do porto de Santos têm 1.600 vagas estáticas, com giro de 3,5 mil a 4 mil caminhões durante 24 horas. Com o decreto, se perdem 14 horas de operação.
Também por meio de nota, a prefeitura de Cubatão informou que o congestionamento de veículos ocorrido na manhã desta terça-feira em toda a Baixada Santista, foi a repetição de um problema que vem ocorrendo rotineiramente na região desde o início do ano e com proporções semelhantes.
"A prefeitura de Cubatão tem manifestado reiteradamente à Codesp, ao Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista - Condesb, à Ecovias e aos demais setores envolvidos diretamente com a questão, a necessidade da busca de uma solução metropolitana para a crise logística que tem afetado de maneira grave o dia a dia da população de Cubatão e demais cidades. Entretanto, nenhuma solução efetiva foi adotada ou mesmo proposta até agora", diz a nota.
Segundo o comunicado, o decreto que disciplina o horário de funcionamento dos pátios de veículos foi o recurso legal adotado pela prefeitura para minimizar os problemas que vêm sendo enfrentados pelo município.
Na tarde desta terça-feira, o assunto foi discutido em reunião entre a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa Mendonça e Silva, o presidente da Codesp, Renato Barco; o secretário de Santos de Assuntos Portuários, José Eduardo Lopes, e representantes da Ecovias, a concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes.
Após cerca de três horas de reunião com representantes da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) e do Conselho de Autoridade Portuária, a prefeitura de Cubatão (SP) recuou e suspendeu o decreto sancionado que limitava o acesso de caminhões ao pátio do porto de Santos para horário comercial. A medida foi responsável pela formação de quase 50 quilômetros de congestionamento na rodovia Cônego Domênico Rangoni, também conhecida como Piaçaguera-Guarujá - e, consequentemente, na rodovia Anchieta
A nova instrução passa a vigorar a partir desta terça-feira e deve ser mantida até, pelo menos, a próxima semana, quando uma nova reunião acontecerá.
"Era lógico que isso aconteceria. São 4 mil caminhões por dia que passam pelos pátios do porto de Santos por 24 horas. Limitá-los a dez horas é algo impossível. Eu já previa e foi o que, de fato, aconteceu. Os caminhoneiros pararam na estrada e, no fim da tarde, quanto tiver no horário de fechamento de pátio deveremos ter outro ciclo de congestionamentos. Isso será retroalimentado. O funcionamento dos pátios do por 24 horas é vital para porto", disse o secretário na ocasião.
Conforme o decreto 10.048, os estabelecimentos destinados ao estacionamento de veículos de transporte de carga só poderiam funcionar das 8h às 18h em Cubatão. Os infratores estão sujeitos à pena de suspensão das atividades por dez dias e, em caso de reincidência, a proibição aumenta para 30 dias. Em última instância, o alvará de funcionamento do local poderá ser cassado pela prefeitura.
Por volta das 16h30, o tráfego continuava lento na pista sul da Via Anchieta, no trecho de serra do km 40 ao km 55, sentido litoral, e do km 63 ao km 64 no acesso ao Porto de Santos pelo Viaduto da Alemoa. A Rodovia dos Imigrantes tinha tráfego intenso na subida no trecho de serra sentido capital. O tráfego também era lento no km 1 ao km 5, sentido Guarujá, no acesso à rua do Adubo.
Em nota, a Ecovias aponta as dificuldades como reflexo da medida tomada pela prefeitura de Cubatão.
Fonte: www.terra.com.br
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