domingo, 2 de setembro de 2012

SHIPPLANNER (Planejador de Navios)


INTRODUÇÃO  

O fluxo do transporte marítimo é contínuo, a movimentação das cargas acontece 24 horas por
dia, 07 dias por semana, 365 dias por ano em todos os portos do mundo.

Para que esta movimentação ocorra com segurança a figura de um Ship Planner, planejador de
navios (GESTOR), se faz presente.

Ter capacitação específica, conseguir trabalhar sob pressão e ter a responsabilidade de conduzir
uma das operações mais importantes no que tange a carga e descarga de um navio corresponde ao dia-a-dia de um planejador de navios.


Em geral os planejadores devem ser muito organizados/dinamicos, detalhistas e capazes de
comunicar-se com facilidade na solução dos problemas, o crescimento acelerado desta atividade
causou a diminuição das estadias nos portos e muitos outros fatores relacionados a este
crescimento levaram as empresas envolvidas, armadores e operadores portuários, a criarem
novas funções e treinarem funcionários para gerenciar, a partir do escritório, atividades outrora
executadas diretamente de bordo, costado (preparação dos pré-planos).

O desempenho das operações que envolvem o modal marítimo é significante para a economia de
qualquer nação, sendo assim, desenvolver atividades que permitam o melhor desenvolvimento
das operações portuárias é essencial para a competitividade internacional das mesmas.

TRANSPORTE MARÍTIMO

Considerado uns dos modais mais utilizados no mundo para circulação de cargas, o transporte
marítimo corresponde aquele realizado por navios em oceanos e mares, podendo ser utilizado
para todos os tipos de carga e para qualquer lugar do mundo.

Tem como característica principal a operacionalização de volumes elevados de mercadorias em
uma única operação. O transporte marítimo é o modal utilizado em mais de 90% das operações
de comércio exterior no mundo.

O transporte marítimo é realizado por navios a motor, de grande porte, nos mares e oceanos.                      
Está dividido em  duas categorias, de acordo com a sua finalidade, ou seja, transportando cargas
entre portos nacionais, adentrando portos interiores localizados em rios, dentro de um mesmo
país ou internacionalmente, interligando dois ou mais países.

Para operacionalizar a movimentação de cargas existe a figura dos armadores, estes que devem
ser pessoa jurídica, estabelecida e registrada, com a finalidade de realizar transporte marítimo,
local ou internacional, através de operação de navios, explorando determinadas rotas, e que se
propõe a transportar cargas de todos os tipos de um porto a outro. (VIEIRA, 2003 APUD
SILVEIRA, 2007 p.72).

De acordo com a Axsmarine (2008), os 20 maiores armadores movimentam cerca de 10.170.000
contêineres dos estimados 12.300.000 existentes no mundo, o detalhe, é que este número cresce
a cada dia.

Com relação as questões de segurança, estas são padronizadas pela IMO.
IMO - International Maritime Organization. A IMO é a agência especializada das Nações
Unidas que possui responsabilidades em relação à segurança marítima e da prevenção de
poluição marinha por navios.

Estabelecida em 1958 como uma Organização Intergovernamental Consultiva da Marinha -
IMCO, a IMO adotou sua nova denominação em 1982 como um Órgão Internacional
Permanente.

Para padronizar as normatizações de segurança e prevenção a IMO desenvolveu um conjunto de
códigos que são recomendados aos governos, administrações, armadores, construtores e
comandantes, que serve como um guia de normas a serem aplicadas ao lidar com certas cargas.
O mais importante destes códigos é o IMDG , que se tornou um guia padrão para o transporte
por mar de cargas perigosas.  (International Maritime Dangerous Goods Code).

Conforme informações do Imdgsupport (2008) a primeira publicação sobre o IMDG, foi
estabelecido em 1965, este código tornou-se obrigatório para todos os cinco5 aspectos da
movimentação de mercadorias perigosas e poluentes marinhos no transporte marítimo. Embora
sejam direcionados principalmente no transporte marítimo, as disposições do código podem
afetar toda uma gama de indústrias e serviços.

Os fabricantes, as embalagens, os carregadores, tais como alimentador de serviços rodoviários e
ferroviários e autoridades portuárias vão encontrar no IMDG as disposições sobre classificação,
acondicionamento, rotulagem, terminologia e resposta ação emergencial e área de segregação,
esta que identifica nos planos de carga a localização exata no navio.

Toda a carga perigosa de acordo com o código IMDG, deverá ser autorizada bem como
informada através do seu sistema, contendo todas as especificações do material a ser
transportado.

Estas etapas são primordiais para utilização de uma padronização de segurança da carga, da
tripulação, do armador enfim para todos os envolvidos no processo.

Devido à complexidade nas informações inseridas no sistema, é necessário o profissional
planner fazer esta leitura e coordenar junto aos demais setores todo o trabalho pertinente as
movimentações necessárias para a operação portuária.

Localização de um contêiner no navio  

Todos os navios full container, específico para o transporte de contêineres, possuem um plano
de carga que através de sistemas, informam exatamente a localização dos equipamentos e tem
como objetivo principal minimizar o tempo de operação e estadia dos navios.

Todo container tem um endereço á bordo no navio, e é determinado com base em três
coordenadas, a primeira indica qual é a cela (BAY), são divisões dos porões no sentido
longitudinal de proa a popa marcadas através de números impares para containers de 20’ pés e
números pares para containers de 40’ pés.

A segunda indica qual é a fileira (ROW), divisão transversal de bordo a bordo.
Neste caso as fileiras são numeradas a partir do contêiner central do navio e números pares a
bombordo (lado esquerdo) e impares a boreste (lado direito).

Finalmente, a terceira diz respeito a altura (TIER), divisão vertical em que se encontra o
contêiner. Esta divisão vertical é numerada por números pares a começar no fundo do porão por
02, 04, 06......

Todavia, por convenção, independentemente do número de camadas no porão a numeração dos
contentores expostos no convés começa a ser numerado a partir de 82, 84, 86...
                   
Se um plano de carga estiver assinalando o endereço de um contêiner como 22.08.86, saberemos
que sua posição será Bay 22(21-23), Row 08 e Tier 86.

No Brasil estes conceitos foram estabelecidos pela Normativa Brasileira - NBR 11519 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT

PLANNER E SUAS ATIVIDADES 

Para desenvolver a atividade de planner, o profissional precisa atender algumas especificações
técnicas e dispor de algumas habilidades próprias para o desempenho de sua função.

Conhecimentos e habilidades : 
A função do planner é de programar e planejar o layout do carregamento e descarregamento de
navios full container, otimizar a relação custo-eficácia da operação, planejar e coordenar o
trabalho da mão-de-obra e das máquinas para cada navio, assegurando sempre a máxima
produtividade dos navios, ou seja, ser o mais eficientemente possível.

Para executar esta atividade, o profissional deverá manter uma vasta comunicação com todos os
outros departamentos ligados a operação do terminal, certificando que as operações de
movimentação de carga e descarga no berço ocorram sem surpresas e com agilidade, pois o fator
tempo é um delimitador nesta função.

Algumas de suas atribuições são:

Elaborar o plano de carregamento em seu sistema (softwares) partindo das informações
recebidas dos armadores, respeitando todos os limites impostos pelas características no navio a
ser carregado/descarregado (cargas especiais IMO – RF – EXCESSO / limite de peso /
seqüência dos portos)

Com todos os detalhes da operação a ser realizada já imputadas em seu sistema(software), o
planner irá fazer a divisão de toda carga a ser movimentada em quantidades de equipamentos,
gerando assim os ternos de trabalho.

Após a divisão geral por equipamentos, o planner lançará quantos movimentos por hora o
terminal irá atender o seu planejamento, e com isso poderá informar corretamente ao seu cliente
(ARMADOR) quantas horas será a permanência do navio no referido porto.

Informações independente: 
Colaboração:
Gerson Moraes da Silva – Coordenador de Operações Portuárias em Santos
Curso Superior Formado em Gestão Portuária – UNIMONTE 2008
Professor de Planejamento de navios full container pela Fundação SEETAPORT
 INTERNATIONAL MARITIME ORGANIZATION (IMO). Disponível em: <www.imo.org> acesso em: 13 de Junho de 2009.
INTERNATIONAL MARITIME DANGEROUS GOODS CODE (IMDG). Disponível em:
<www.imdgsupport.com>. Acesso em 13 de Junho de 2009.
FUNDAÇÃO DE ESTUDOS DO MAR (FEMAR). Planejamento de logística portuária. Editora eletrônica IUKINK Serigráfica Ltda. Rio de Janeiro, 2008. SILVEIRA, Carlos Augusto. Apostila de Gerenciamento e Transporte Rodoviário de Cargas. 2007. SMERA. Disponível em: <www.smera.com.br/cases/case_07/harmony_texto.htm>. Acesso em 13 de Junho de 2008. VIEIRA, Guilherme Bergmann Borges. Transporte Internacional de Cargas, Aduaneiras. São Paulo, 2 ed. , 2003.

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