
É importante salientar que o cross-docking não é um armazém, não sendo aplicáveis operações de recebimento fiscal, alimentação de estoques e faturamento. Neste local, ocorre a simples troca do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga, e desta forma é normal que este local seja operado por uma transportadora.
Algumas empresas chamam erroneamente de cross-docking, operações onde são mantidos baixos níveis de estoque, para atender pedidos emergenciais, ou mesmo, aguardando a data correta para entrega. Na realidade, estas empresas praticam uma operação logística tecnicamente conhecida como “Merge in Transit” – Pausa em trânsito, caracterizada como um ponto similar a um Centro de Distribuição, que precisa estar legalmente constituída para a realização da armazenagem e faturamento.
Aplicações do Cross-Docking
O principal objetivo para a utilização do cross-docking, é a otimização do processo de distribuição aos clientes, focando a melhoria do nível de serviço, no caso prazos de entrega.
Há empresas que também aplicam operações de cross-docking para substituir centros de distribuição regionais, quando necessitam atender clientes em uma malha de distribuição muito capilarizada, e em área geográfica restrita. No caso acima, o ponto de cross-docking elimina as complexas atividades de gestão de estoques, que geralmente causam aumento nível do inventário.
Implementando a operação
A utilização do cross-docking requer uma visão operacional bastante específica, que deve considerar integração, sincronismo, disciplina e comprometimento. Sem estes quatro fatores, não é possível implementar uma operação de cross docking.
Deve-se avaliar com bastante cuidado as questões fiscais e tributárias. Como falamos, o cross-docking tem por princípio redirecionar de forma imediata e planejada as cargas que já saem faturadas da origem. Caso se encontre algum tipo de vantagem tributária com o faturamento realizado no local, esta não será mais uma operação de cross-docking.
A pratica do cross-docking físico, com faturamento e movimentação dos estoques pode gerar demandas legais, pois dependendo do caso, o governo estadual pode entender que a empresa está tentando se valer de um artifício para levar uma vantagem que prejudique a arrecadação de impostos, sobretudo do ICMS.
Se a empresa quiser aproveitar eventuais benefícios, deve avaliar a implementação de um Centro de Distribuição, e não uma operação de Cross-Docking.
Dimensionamento: O processo de implementação deve ser iniciado com um planejamento minucioso, que deve considerar o dimensionamento da operação (área, mão-de-obra, sistemas, volumes a serem movimentados, legislação tributária, malha de distribuição, transportadoras, custos, níveis de serviços esperados), a ser realizado em forma de projeto.
Teste Piloto: Considerando que o cross-docking é uma operação complexa que envolve muitas variáveis, é necessária a realização de testes piloto, visando encontrar e suprimir os problemas antes da implementação definitiva.
Integração de Sistemas: Os locais envolvidos (centro expedidor e unidade de cross-docking) devem estar integrados através de sistemas de tecnologia de informação (ERP, WMS, roteirizadores, sistemas de rastreamento), de forma a permitir um completo sincronismo, que é um dos segredos do cross-docking eficiente.
Monitoramento de desempenho: É importante, após a implementação da operação, que a mesma seja monitorada através de indicadores chave de desempenho, que devem avaliar a produtividade da operação, nível de acurácia, tempo médio de cross-docking, prazo médio de entrega, eentre outros.
Conclusão
As operações de cross-docking, embora complexas e envolvendo muitas variáveis, podem proporcionar à sua empresa, uma melhoria substancial no atendimento dos pedidos e ao mesmo tempo promover uma significativa redução dos custos de distribuição.
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