sábado, 6 de outubro de 2012

Novas ferrovias irão reduzir custos do agronegócio


Os mais de 10 mil quilômetros de novos trilhos anunciados recentemente pelo governo federal no Programa de Investimentos em Logística dão boas perspectivas ao agronegócio brasileiro. As novas rotas para a exportação, ligando regiões produtoras aos portos – em especial o centro-oeste –, têm potencial para trazer ganhos diretos em competitividade ao setor, acostumado a dizer que são os melhores “da porteira para dentro da fazenda”.
A região centro-oeste, maior produtora de grãos do País, será beneficiada pela Ferrovia Integração Centro-Oeste (Fico), que estará ligada à Ferrovia Norte Sul. Hoje, cerca de 60% da soja produzida no Mato Grosso vai de trem até Santos. As novas linhas irão ajudar a desafogar o porto paulista e direcionar a demanda para portos do norte do País.


Com uma extensão de 890 quilômetros, a Fico irá de Campinorte, no estado de Goiás, onde terá conexão com a Norte Sul, até Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. “Esta ferrovia possibilitará o acesso das regiões Centro Norte, Leste e Nordeste de Mato Grosso ao Porto de Itaqui (MA) no primeiro momento e, no futuro, ao porto de Vila do Conde (PA). Estimamos uma redução do custo em torno de 30%, pelo menos, se comparado ao de hoje, em Santos e em Paranaguá”, explica Carlos Favaro, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja).

Outra ferrovia importante é a que ligará a capital de São Paulo ao porto de Rio grande, passando por Mafra, Santa Catarina. Também chama a atenção o trecho de Uruaçu, em Goiás, cruzando Brasília e o estado de Minas Gerais até Campos, no Rio de Janeiro. Outra alternativa será a liga do sudeste, em Belo Horizonte, com o nordeste, em Salvador. Mais tarde o trecho deve ser estendido até Recife.
Transporte dificulta a competitividade da soja brasileira
Os gastos com logística costumam ser um dos grandes gargalos da produção brasileira. A recuperação dos investimentos em linhas férreas, algo deixado de lado por décadas, deve começar um processo de recuperação destes atrasos. “A soja brasileira é mais competitiva do que a norte-americana ou a argentina até a porteira da fazenda. Daí para frente, seu custo de produção é maior, onerado pelas deficiências do setor de transporte”, afirma Ricardo Sousa, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange).

No caso dos grãos não transgênicos – mercado em que o Brasil é líder mundial em termos de produção e exportação –, é preciso ter cuidado redobrado durante o transporte para segregar o produto, que não pode ser misturado com transgênicos. “Com a qualificação de nossas ferrovias, o trabalho de segregação será, sem dúvida, facilitado e barateado, mantendo assim uma importante vantagem comparativa para o Brasil, já que os produtos não transgênicos agregam valor à produção agrícola”, lembra Sousa.
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Fonte: www.terra.com.br

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